Vagabundo de sol e de sentido,
de não ser necessário mais buscar,
porque qualquer caminho há de levar
ao que tenho tramado e pretendido
(sem uma comoção, sem um gemido,
na perfeição exata deste estar
à deriva no que não chega a mar,
no que não leva ao porto prometido) –
basta-me ser inverno, e haver a chuva
a bater no telhado, e o dia escuro,
de um ócio que me quadra como luva:
e este não progredir para um final,
que é todo o meu domínio e o meu fanal,
todo o espanto que espero do futuro.
Fonte: O Arquivo de Renato Suttana
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