Carlos Drummond de Andrade - Conclusāo

Os impactos do amor nāo sāo poesia
(tentaram ser: aspiraçāo noturna).
A memória infantil e e o outono pobre
vazam no verso de nossa urna diurna.

Que é poesia, o belo? Nāo é poesia,
e o que nāo é poesia nāo tem fala.
Nem o mistério em si nem velhos nomes
poesia sāo: coxa, fúria, cabala.

Entāo, desanimamos. Adeus, tudo!
A mala pronta, o corpo desprendido,
resta a alegria de estar só, e mudo.

De que se formam os nosso poemas? Onde?
Qe sonho envenenado lhes responde,
se o poeta é um ressentido, e o mais sāo nuvens?

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