Enquanto não brilhar um novo sol,
Acordando esse povo sofredor,
Que, freneticamente, com ardor,
Se nutre de folia e futebol,
Não veremos o lume do arrebol
Nem a paz no sorriso do irmão.
Diariamente a vil corrupção
Engorda os sicários e seus bandos...
No Brasil, tantas crises e desmandos
E o povo só diz: "Num tem nada não!"
Os males já viraram epidemia,
Avançando sem dó nem piedade;
E, assim, sem controle, na verdade,
Enfraquecem as vítimas todo dia.
E os moradores da periferia,
Ou até os do centro, já estão
Tateando a esmo, sem direção,
Esquecidos, perdidos, execrados...
No Brasil, tantas crises e desmandos
E o povo só diz: "Num tem nada não!"
Nem de casa podemos mais sair,
Porém nem lá se tem mais segurança;
E a criminalidade só avança,
Com assaltos e seqüestros por aí.
Não dar mais pra agüentar nem pra fingir,
Nem fazer-se de tonto ou bobalhão;
Nesse jogo, quem perde é o cidadão
Que sente suas forças já minguando...
No Brasil, tantas crises e desmandos
E o povo só diz: "Num tem nada não!"
Quantos saem, famintos, madrugadinha,
Com os bolsos repletos de documentos,
Procurando um emprego pro sustento
Seu e da sua casa pobrezinha,
Que não tem a comida na cozinha
E só tem sofrimento e precisão...
Mas retornam de novo em aflição,
Cansados, sem nada, se acabando...
No Brasil, tantas crises e desmandos
E o povo só diz: "Num tem nada não!"
Às vezes um tal político já está
Tecendo nossa fé, com alegria,
Mas logo vem a ducha de água fria:
Descobre-se um golpe seu bem acolá.
Parece que só basta investigar,
Que a lama vem à tona, sem perdão;
E assim, é mais uma decepção
Pra todos que estavam acreditando.
No Brasil, tantas crises e desmandos
E o povo só diz: "Num tem nada não!"
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