Na beira do passeio
No fim do mundo
Olho amarelo da solidão
Cegos pés
Apertam-lhe o pescoço
No abdômen de pedra
Cotovelos subterrâneos
Empurram suas raízes
Para o húmus do céu
Pata canina ereta
Faz-lhe troça
Com o aguaceiro recozido
Contenta-o apenas
O olhar sem dono do passante
Que em sua coroa
Pernoita
E assim
A ponta de cigarro vai queimando
No lábio inferior da impotência
No fim do mundo
Fonte: Cultura Pará
Assinar:
Postar comentários (Atom)
0 comentários:
Postar um comentário