Ele chegava tarde. Ela chorava com filmes antigos.
Ela tinha uma tia solteirona. Ele não conheceu o pai.
Família rica, família pobre.
No início transavam como loucos. No final faziam amor.
Ela aprendeu a dançar. Ele aprendeu datilografia.
Suas presenças sempre foram fortes, incomodavam.
Falavam línguas diferentes, uma verbal, a outra corporal.
Na verdade, nunca se entenderam porque nunca se comunicaram.
Mas se conheciam.
Ao invés de terem filhos, tiveram gatos.
Ao invés de viverem, trabalharam.
Ao invés de se amarem, viviam.
Tentaram se ajustar ao outro. Grave engano. O que os seduzia
era o original. Por excesso de amor, afogaram o amor.
Entretanto, vivem, ainda, na mais absoluta harmonia.
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