Essa que plange, que soluça e pensa,
Amorosa e febril, tímida e casta,
Lira que raiva, lira que devasta,
E que dos próprios sons vive suspensa,
Guarda nas cordas uma escala imensa,
Que, quando rompe, espaço fora arrasta
Ora do mar as queixas, ora a vasta
Sussurração de uma floresta densa.
Ei-la muda; mas tal intensidade
Teve a música enorme do seu choro,
O dilúvio orquestral dos seus lamentos,
Que, muda assim, rotas as cordas, há de
Para sempre vibrar o eco sonoro
Que su'alma lançou aos quatro ventos.
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