André Díspore Cancian - Eremita

Naveguei contra os ventos
E as certezas morreram
Enquanto cuspia contra tudo

Deixei-me levar pelos ventos
Desagüei no mar da mediocridade
E logo já não me reconhecia

Agora pergunto pelas paredes
Nada transpassa a monotonia
De viver numa só trilha?

Olha a tua sombra!
O sol revela mais veredas
E mais verdades que o vento!

Olha ao lado, quanta poesia!
Agora somente paisagem
De um sentido de terra batida

Se isso lhe alcança a alma
Descarrila este trem!
E isso será então tua vida

Muito prazer, liberdade
Ouço que outro trem passou
Mas ninguém desceu

Que sucede com essas pessoas?
Acaso não olham ao lado?
Não vêem outro caminho?

Não se querem ver livres?
Fazer seu próprio sentido?
Olá? ...

Fonte: Paraíso Niilista

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