I
Raça de Abel, dorme, bebe e come,
Satisfeita porque Deus te ama.
Raça de Caim, morre de fome,
Rasteja na miséria e na lama.
Raça de Abel, o teu sacrifício
Sobe às narinas do Serafim!
Raça de Caim, o teu suplício
Será que algum dia vai ter fim?
Raça de Abel, como sempre ganhas,
Com teu gado e tua plantação;
Raça de Caim, tuas entranhas
Ganem, uivam mais que um velho cão.
Raça de Abel, nina o corpanzil
No aconchego de um lar ancestral;
Raça de Caim, no teu covil,
Treme de frio, velho chacal!
Raça de Abel, procria e constrói!
Teu ouro também se reproduz.
Raça de Caim, coração dói;
Tanta fome, onde te conduz?
Raça de Abel, cresce e devora,
Engorda, parasita daninho!
Raça de Caim, estrada a fora,
Foge tua família sem ninho.
II
Ah! Raça de Abel, tua carniça
Adubará o solo a arder!
Raça de Caim, tua justiça
Ainda tem muito o que fazer;
Raça de Abel, teu fim é cruel:
Contra o ferro o cajado venceu!
Raça de Caim, conquista o céu
E sobre a terra, atira Deus!
(Tradução: Jorge Pontual)
Fonte: New York On Time
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