Sentindo a morte próxima
Um rico lavrador chamou seus filhos
E, pausadamente, com esforço,
Escolhendo as palavras,
Assim lhes falou:
"Por motivo algum deverão vocês
Vender esta terra que vão herdar
E que eu próprio herdei dos meus pais,
Pois há um tesouro escondido nela.
Não sei o lugar,
Não sei quem escondeu,
Não sei mais nada!
Vocês, porém, com certeza,
Haverão de encontrá-lo.
Cavem a terra,
Remexam, removam,
Façam buracos.
Plantem milho e feijão,
Plantem mandioca e cenoura.
Plantem com amor
Tudo o que a terra lhes pedir."
Após a morte do pai,
Os filhos retornaram aos campos
O fizeram exatamente
o que ele lhes recomendou.
Tão obedientes foram
Que, um ano depois,
Tesouro algum tinham encontrado.
Mas a terra, fértil, verdejante,
Agradecia os cuidados
A ela dispensados,
Em forma de favos, espigas,
Em tesouros claros e coloridos
Escondidos a um palmo do chão.
E os filhos compreenderam
Toda a sabedoria do pai
Ao mostrar-lhes, antes de morrer,
Que o trabalho é o verdadeiro tesouro.
(Adaptação: Regina Drumond)
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